terça-feira, 31 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 11 (31/3/06)

Acordamos...a chuva que caía durante a noite ainda persistia mas já sem a mesma força, e o nevoeiro tapava tudo num raio de dez metros. Ficamos um pouco desconsolados, pois ainda queríamos fazer um treking, mas as condições não o permitiam. Fomos passear mais um pouco, e foi aí que percebemos que aquilo que tínhamos visto no dia anterior era uma pequena amostra do mercado. Havia uma rua inteira de barracas vendendo carne de porco e galinha, legumes e outras iguarias. Tudo a jeito de ser confiscado pela ASAE, se alguma vez por ali passasse. Havia dois edifícios grandes com dois pisos, onde encontravamos de tudo, desde os pauzinhos chineses, passando pelas roupas, até às facas de cortar bambu. No piso superior deparamo-nos com a "fábrica" dos Dzau, e constatamos que as pulseiras que nos ofereceram eram feitas de tiras de tecido já com os motivos, e compradas a metro. Um dos meus companheiros comentou que quem trouxera a máquina de costura para aquela região devia levar um tiro...e eu concordo!
Ainda compramos mais uns artigos. A nossa companheira não dava hipóteses batendo-nos aos pontos na compra de pulseiras de prata e de caixinhas com um ferrinho que se metia na boca para fazer uns sons engraçados.
Uma das moças negociou uns pauzinhos chineses conosco, sempre mto divertida. Estava difícil chegar ao valor final (discutia-se uma diferença de 1000 dongs, ou seja, 4 centimos de euros). Na altura de dar troco, deu-nos uma nota de valor muito inferior ao que era suposto (em vez de 0,04€, deu 0,01€ :) ).
Eu comprei um cachimbo por 0,65€ e estou contente com a compra. Primeiro porque é uma peça do quotidiano (vê-se muito nos cafés, apesar de serem mais largos e sem ornamentos), e segundo: a sua autenticidade. A provar isso mesmo foram a quantidade de "agarrados" que me interpelavam para vender erva, assim que viam o que eu transportava.
Regressamos ao hotel para fazermos o check-out, e saímos novamente para o almoço, onde tivemos a agradável surpresa de reencontrar o nosso amigo brasileiro. Almoçamos com ele, e soubemos que a sua companheira de viagem australiana tivera que ficar no aeroporto, pois roubaram-lhe a carteira. Ele acabara de vir dum trek nesse dia referindo que estava tudo elameado. Despedimo-nos e regressamos a Lao Cai de minibus, sem antes termos parado umas dez vezes para fazer uns recados e recolher mais clientes apanhados no meio da rua, afim de preencher a lotação da carrinha. Durante a viagem, meteram uns cd's do Marco Paulo vietnamita, ao qual me juntei em cantoria, pondo todos os locais dentro da viatura a rirem. A meio do percurso demos com uma carrinha que vinha em sentido contrário, espatifada na berma, mas sem consequências para ninguém. Descemos até ao vale, outra paisagem muito bonita, com as montanhas erguendo-se ao fundo da planície repleta de campos de arroz. Já em Lao Cai, fomos tratar dos bilhetes para o comboio. Aí houve mais stresses devido à hora a que nos seriam entregues os bilhetes (praticamente à hora a que o comboio partia). Desta vez coube-me a mim abrir mão do meu protocolês vietnamita, e lá se conseguiu arranjar os bilhetes duas horas antes da partida. Precisava de ir ao wc, mas na estação cobravam pelo uso dumas instalações a caírem de podre. Fui atrás da estação aliviar-me. :) Antes de embarcarmos, ainda passeámos por Lao Cai. Os miúdos mais pequenos atiravam um "hello" para o ar, na esperança de receberem outro de volta do turista. Nós fazíamos sempre a vontade, mas eu rematava com um sin chao, o que divertia imenso não só os mais pequenos, como também as mães que os acompanhavam.
Ao jantar, pedi um 'com xao thit lon' (arroz frito com porco). Houve malta que apostou na sandocha. No final, pedi uma água ardente que estava dentro dum boião cheio de folhas, cascas, pedras, enfim...tudo o que encontraríamos no chão duma floresta. Só vos digo...bela pomada. O resto da maralha provou e gostou do travo. A repetir, caso encontremos um boião com conteúdo similar durante o resto da viagem (se bem que tenho as minhas dúvidas). Embarcámos no comboio. Aproveitei para pendurar toda a minha roupa ainda meio molhada, sob o ar condicionado da nossa cabine, transformando todo aquele espaço num autêntico acampamento cigano. (nota: a cabine até tinha tv de ecrã plano e tudo...que luxo!)
Houve porrada de almofadas, e temos foto de uma toalha de banho em pleno vôo em direcção às minhas fuças! :)
Pelos vistos este exercício cansou os três velhinhos, que queriam a luz apagada ainda pouco passava das 20:00.
Saí da cabine para escrever mais umas memórias. Dentro do comboio havia demasiada luz para poder olhar lá para fora e não dava para abrir as janelas. Fui até à casa de banho, e tranquei a porta. Abri a janela o mais que pude e fiquei uns minutos a assistir à paisagem nocturna com o rio ao lado da linha férrea a fazer de espelho. Daí a nove horas chegávamos a Hanoi (entre as 4:00 e as 5:00 am, hora local)

P.s.: curiosidade: um cheeseburguer vietnamita é um hamburguer simples com um triângulo de queijo ao lado. :)

segunda-feira, 30 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 10 (30/3/09)

Chegamo cedissimo a Sa Pa (por volta das 6:30), apos viagem de cerca de uma hora no minibus desde LaoCai. Faziamo-nos acompanhar por um casal de alemaes e varias japonesas. Ficamos alojados no hotel Queen, sitio muito confortavel por seis dolares por cada quarto de duas pessoas(subiamos era uns sete lances de escadas por fora do edificio para la chegarmos). Foi uma estadia impecavel. Lavamos e estendemos mais roupa, mas nao a conseguimos secar completamente por causa da humidade e das baixas temperaturas (max de 16 graus, min de 11). Fomos dar uma volta pela terra. Cruzamo-nos por varias pessoas que jogavam peteca nas ruas (uma pequeno disco com uma cauda feita de penas eu que era chutado para o ar de jogador em jogador). Subimos a rua principal. Espalhadas pelas bermas, varias nativas bordavam os tecidos, e faziam os proprios fios para bordar. Noutras barraquinhas haviam espetadas de carne (outra coisa tipica, pois ha' em todo o lado), espetadas de castanhas, batata doce assada, e ovos cozidos dos mais variados tipos.

Alugamos umas motas por quatro dolares ao dia (a gasolina e' super barata 1L = 12000 dongs = 0,53 euros), e andamos a percorrer as estradas das regioes circundantes. Mesmo os mais inexperientes em andar de mota, rapidamente apanharam o jeito. As motas eram automaticas. Podiamos arrancar em qualquer mudanca (ate um maximo de quatro), desde que a mota tivesse forca para isso. Para meter ou tirar mudancas havia um pedal respectivo, sem ser preciso "puxar a embraiagem", ate porque nao existia. Como eram motas leves, manobravam-se muito bem. Um dos meus companheiros de viagem tinha os joelhos quase a baterem nos cotovelos, pois as motas eram pequenas demais, para ele.

As estradas davam luta, alternando entre o alcatrao apodrecido e a terra semi-batida, por onde ja tinham passado demasiadas motas, camionetas e chuvas inclementes. Mas desenganem-se! Nunca me diverti tanto a conduzir uma mota como ate ali! :)

Fomos ter a umas cascatas, mas como estavam a pedir uma exorbitancia para as ver (0,50 euros), nao fomos. :)
De regresso pela mesma estrada fomos barrados por um guindaste movel que ocupava ambas as faixas. Depois de alguns minutos, la' veio um trolha para desviar umas pedras que faziam de contra-peso. (os viets levam muuuito tempo para se mexerem, excepto quando e' para comer) Tivemos assim espaco suficiente para passar as motas. So' que mais 'a frente, fomos forcados a nova paragem. Desta vez, era uma maquina de terraplanagem de estradas trabalhando a todo o vapor. :)
Esperamos um bocado, ate nos darem ordem para avancar (isto aqui no Vietnam e' muito 'a frente...circulamos na propria estrada que esta' a ser feit no momento! :) ).

O nevoeiro por esta altura era uma constante, e agora abatera-se um pouco mais. Deslocamo-nos em direccao 'as minorias etnicas. As motas trabalhavam que era uma maravilha, e entramos 'a grande pelos riachos e zonas bastante pedregosas chegando mesmo a sacar cavalos, enquanto transpunhamos os calhaus. Ao mesmo tempo, tinha uma nativa a correr e a saltitar ao meu lado e eu nao percebia porque. So depois me explicaram que fizeramos parte do percurso pedestre, de mota (estava explicada a violencia daquele trilho :) ), e que passaramos pela tribo dela sem que ela e as suas amigas tivessem tido oportunidade para negociarem algum do seu artesanato (sempre mais bonito que o da tribo vizinha, ora bem! :) ). Confraternizamos com aquela gente divertida (de duas ou três tribos distintas, das quais se destacam as Muong, e as Dzao, quase todas elas com um ou dois dentinhos de ouro. :D ) , sempre com promessas de que lhes comprariamos qualquer coisa a uma delas.

Vimos os cursos de agua dos talhoes cultivados com arroz; os porcos passeavam livremente pelas aldeias. Vimos muito patos e bufalos (cheguei a tocar num deles, e ao contrario do que pensava, os bufalos nao cheiram mal). Tiraram-se imensas fotos impecaveis, e 'a hora de almoco, paramos numa casa comunitaria para comermos uns noodles fritos de porco e cogumelos, que estavam mesmo 'a maneira (tudo acompanhado ja' pela nossa bia Tiger de meio litro).
Durante o almoco negociamos o artesanato. Eu nao me sai la muito bem, ao passo que os meus companheiros (com toda a sua experiencia de negociacao em Marrocos) compravam tudo a menos de metade do preco. Enquanto em pagava 100.000 dongs (4,5 euros), eles, pelo mesmo preco, negociavam duas pecas. Tudo muito caro, como ja' devem ter percebido.

as nativas entravam agora em modo de cruzeiro, chegando mesmo a oferecerem pulseiras de tecido (eu tambem recebi uma, provavelmente por terem pena de eu ter sido 'roubado' daquela maneira. Mas um dos meus compadres que tem muito jeito para as palavras, disse-me para nao ficar aborrecido, pois o dinheiro seria empregue para o bem e prosperidade da regiao. :)

Avancamos ainda mais um bocado a pe', pelas aldeias adentro., sempre acompanhados de nativas de todas as idades, repetindo incessantemente "buy someting fom me', 'you buy fom her, but you no buy fom me. Me you friend!', 'me cheapeeerr'.
As mais velhas nunca foram 'a escola, e todo o ingles que sabiam, provinha dos turistas que por ali passavam e ouviam falar. Voltamos para tras ate 'as motas e pusemo-nos a caminho de outras regioes. ainda passamos varias vezes sobre o rio Vermelho (?), e vislumbramos os camponeses no fundo do vale a tratarem dos campos de arroz. Apanhamos alguma chuva no caminho, e o nevoeiro por esta altura estava ja' bastante cerrado, pelo que redobramos a nossa atencao para eventuais bufalos que surgissem no meio da estrada (o que veio de facto a acontecer, dando de caras com alguns dos maiores que ja' tinhamos visto ate entao. Regressamos a casa e fomos devolver as motas. 'A noite a chuva ficou cada vez mais forte, e raramente abrandava, fazendo-se acompanhar de relampagos que ate faziam estremecer a casa. Adormecemos...

domingo, 29 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 9 (29/03/09)

Fizemos o regresso para a costa de Ha Long Bay, passando primeiro pela ilha do hotel, onde os turistas ficavam alojados - caso preferissem a estadia em terra, em vez do mar - e onde se podia visitar o parque natural. Ai, entraram mais pessoas: mais britanicas, duas isrealitas e surpresa das surpresas, uma moça do Porto. So' percebemos a sua nacionalidade depois dela me ter interpelado pelo facto de eu ter falado em portugues para um dos compadres de viagem.
Ficamos a saber mais coisas interessantes sobre os paises que eles visitaram (ela e o seu namorado britanico estavam a fazer uma volta ao mundo e ja' estavam no quarto mes, duma viagem de cinco). Foi muito fixe. Eles 'colaram-se' a um grupo maior de viajantes desde ha' duas semanas, e que tambem ali estavam no barco. Fomos almocar ja' em terra, e desta vez tivemos a companhia das duas bonitas isrealitas. Dado que elas tinham muitas restricoes alimentares por causa da religiao, tiveram que pedir comida vegetariana (praticamente so' comem peixe fora do seu pais; e nada de lulas ou camaroes). Ficamos a saber muito sobre a vida de uma jovem de Israel (por exemplo, tem que obrigatoriamente fazer tres anos de servico militar a partir dos dezoito anos. Uma delas deu instrucao de tiro de metralhadoras e espingardas de precisao; a outra deu instrucao de conducao de tanques de guerra!!).
'A tarde, um dos meus companheiros foi reclamar do servico prestado no barco, e exigiu ter em mao todos os bilhetes de transporte que ainda estavam pendentes de entrega. Fomos entao para o comboio. Todos comeram sandes ou arroz com vegetais. Eu alinhei sozinho em mais um tipico prato vietnamita: como nao tinham pho-ga', pedi pho-bo. A comida dos vietnamitas e' tambem composta por noodles fritos, muito parecida com a comida chinesa. :)
Na estacao, vimos as primeiras mulheres com trajes tipicos do norte (de cores garridas).
Apanhamos o comboio, e tratamos que meter a cabine a nosso gosto: como o ar condicionado nao parava, desaparafusamos parte da sua tampa, e entalamos um saco de plastico para orientar o ar fresco noutro sentido. Foi a primeira vez que durmi num comboio. Foi bue' fixe. :)

P.S.: A Marisa viu uma vietnamita que nao teve pachorra para esperar por uma sanita, e urinou mesmo ali no chao do WC, segundo percebi. :)

sábado, 28 de março de 2009

A procura do Vietname - dia 8 (28/03/09)

Demos inicio 'a viagem em direccao a Ha Long Bay, de minibus. Durante o percurso, vimos uma mota a transportar um bufalo!! (mesmo na traseira da mota; nao havia qualquer reboque).
A aproximacao 'a Ha Long Bay foi espectacular, pois ao longe avistavam-se ja' as silhuetas em tons cinza, dos pinaculos que se erguiam bem alto na planicie.

Dentro do minibus, haviam pessoas de diferentes paises (Espanha, Tailandia, Franca, Reino Unido, Estados Unidos, ...).

As embarcacoes sao um espectaculo, parecendo-se muito com as antigas sampana asiaticas. Havia por cada quarto uma casa de banho, e ate tinha agua quente. Infelizmente nao tinha o ar condicionado que nos tinha sido prometido (ele estava la', mas nao funcionava); apenas tinha uma ventoinha, mas esta serviu 'as mil maravilhas. O barco, ao contrario daquilo que eu (e toda a gente) esperava, nao tinha daquelas bonitas velas em leque.

Almocamos dentro do barco. O repasto era composto por lulas e peixe (e os ja' famosos spring rolls). 'A mesa, falamos com um casal composto por um frances e uma tailandesa (ambos na casa dos trinta e seis). Ficamos a saber muito sobre a cultura daqueles paises.

A paisagem era lindissima. Haviam imensos barcos parecidos com o nosso a navegarem 'calmamente' por entre os pinaculos (de vez em quando as sampanas pareciam autenticos carrinhos de choque, e cheguei ate a ver a madeira das amuras a estalar; os chefes dos barcos tambem nao eram la muito comunicativos entre eles, o que nao facilitava muito as manobras).

As aguias-pesqueiras proliferavam pela costa e pelas ilhas, e cheguei a ver uma a capturar um peixe.

'A tarde, confraternizamos com os espanhois, com uma australiana, e com os britanicos. Tudo gente bem disposta.

Paramos para visitar as grutas. Eram fenomenais. Tinham galerias gigantes, e numa delas, havia um feixe de luz lindissimo, e diziam quem por baixo dele iria para o ceu (nao sei se eu me safava :) ).

Os meus companheiros, com toda a sua experiencia de viagem, nao se deixaram impressionar pela imponencia das galerias, referindo outras ainda mais bonitas noutros pontos do mundo. Nesse momento, deixei-me atrasar um bocadinho de proposito para poder disfrutar um pouco mais daquele ambiente. Se de facto existirem outras grutas mais espectaculares, entao estou a ve-las pela ordem certa, comecando primeiro pelas menos bonitas. :)

Fomos andar de kaiaque pelas ilhas (algumas tinham pequenas grutas, mas nao chegamos a la ir, pois o nivel da mare tambem nao o permitiu). No regresso, os animos exaltaram-se, quando soubemos que o capitao queria que lhe compensassem o dano causado por uma espanhola ter perdido uma das pagaia. Nem ela nem ninguem fazia ideia que as pagaias nao flutuavam se caissem inadvertidamente dentro de agua (e so' por esse facto deviam ser especiais vietnamitas, provavelmente feitas de chumbo :) ). Com a nossa recusa em pagar, o capitao lancou um saco para dentro dum bote mais pequeno, e que alegadamente continha o passaporte da espanhola. Saltei 'a agua em perseguicao do bote, mas nao consegui alcanca-lo. Voltamos para o barco e toda a gente ja' so' queria fazer uma coisa: atirar o capitao borda fora (o qual foi literalmente ameacado disso). Depois de nos acalmarmos, fomos todos jantar. Desta vez, fiquei isolado do meu grupo, na mesa dos espanhois. Foi divertido. Muita coisa se falou 'a mesa, sobre sitios de Espanha onde estiveramos, e sitios de Portugal onde os espanhois estiveram. 'A noite, toda a gente estava no conves superior, falando alegremente de experiencias vividas. Foi muito fixe. Tudo isto a poder de ceveja Halida, Coca-Cola e milho frito.

P.S.: A noite estava linda, com uma Lua em Quarto Crescente, alaranjada, por cima de uma das ilhas.
P.P.S.: As cervejas vietnamitas sao fixes (Hanoi, Saigon, Tiger, ...)

sexta-feira, 27 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 7 (27/03/09)

Hanoi...

Chegaram as chuvas, os mosquitos e...os primeiros atritos do grupo.

Mas vamos comecar por onde normalmente comecam todas as historias.

De manha fomos tomar o pequeno almoco. Encontramos vietnamitas a deliciarem-se com os seus belos pho-bo's e pho-ga's (sopa de massa de arroz com carne de vaca ou galinha, respectivamente). Outros optavam por um simples cafe com gelo, ou com um pingo ou dois de leite.

Eu ataquei umas batatas doces a acompanharem o meu belo cafe com gelo, seguido de algo que nunca tinha provado antes: agua de coco bem fresca. Uma maravilha! Dizem que esta agua e melhor que a dos cocos de Africa. Depois de saciada a nossa sede e fome, atacamos o centro da cidade. Passamos pelo lago com a ilha da tartaruga. O lago e bonito, mas a agua e' estagnada e verde.

Ha quem passe o tempo 'a pesca nas suas margens, lancando um fio de pesca com uma pequena boia. No percurso em redor do lago deparamo-nos com uma arvore rodeada de japoneses completamente extasiados com a mesma. Disseram-nos que a razao para tanto alarido devia-se ao facto daquela arvore florir apenas de sete em sete anos, e que este fora um deles. Um dos nativos de Hanoi disse-nos no entanto que aquilo era tudo tanga. :)


Havia uma ponte que dava acesso a um pequeno museu onde estava uma tartaruga dissecada. Passamos ao lado. :)

Dirigimo-nos a dois mercados de rua, para comprarmos alguns fritos (uns spring rolls que agora sei que sao tradicionais do Vietnam, pois estao em todo o lado), cenouras, e uma papaia gigante, pelo que foi um almoco dificil de agradar a todos os gostos (como sou um lateiro, soube-me tudo muito bem, apesar da papaia nao saber a praticamente nada; todo o grupo foi unanime quanto ao sabor daquela fruta). :)
No final, nao haviam guardanapos disponiveis, e agua tambem nao. Para nojo de alguns, fui buscar uma folha de jornal que estava no chao e limpei as maos. Perfeito desenrascanso tuga. :)

Visitamos algumas pagodas, cuja construcao se mostrou muito mais pequena do que eu esperaria, e tornava-se dificil encontra-las, pois era da mesma altura que os edificios contiguos. Cada pagoda aparentemente tinha o seu animal (desde o sapo, passando pelo morcego, tartaruga e muitos outros).

Numa delas estava a ser celebrada uma cerimonia religiosa, envolvendo instrumentos musicais tais como tambores e pratos de choque (mas nao era musica que saia daqueles devotos). Nada mais se ouvia a nao serem as preces, apesar de existir um mercado mesmo ao lado com motas e carros buzinando constantemente. Passado pouco tempo, os membros da congregacao devem ter entrado em transe, pois lancaram-se numa cacofonia ininterrupta durante mais de tres minutos. Altura ideal para nos sairmos. Entramos no mercado, e ai vimos mais uns quantos legumes estranhos.

A ultima pagoda que iriamos visitar neste dia estava ainda longe, pelo que seguimos ao longo da margem do rio. As margens estavam repletas de peixes mortos. Mais ao fundo, haviam uns tapetes estendidos com pequenas mesas, onde casais se sentavam e partilhavam os seus momentos. Pela ideia com que fiquei, aqueles tapetes eram colocados por miudos, que interpelavam apenas casais de mota, e convidavam-nos a sentarem-se. Suponho que seguidamente, esses miudos serviriam de 'criados' para irem buscar bebidas aos casais, nos cafes do outro lado da rua, acrescentando ao preço, uma pequena taxa de serviço. :)

A pagoda era muito alta e bonita, e tinha o tipico telhado escadeado. Mas dado que estava 'a beira rio, os mosquitos comecaram a fustigar-nos.

Dirigimo-nos 'a praca do mausoleu de Ho Chi Minh. A praca era enorme, e tinha imensa gente praticando desporto. Enquanto caminhavamos pela praca, eis que um dos transeuntes nos chama...so' depois percebemos que estavamos numa zona de parada militar que era interdita a peoes. :) Ainda chegamos a assistir ao render da guarda. Momentos depois comeca a chover e a relampejar. Muito ficara ainda por ver, desde o teatro de marionetas, a primeira universidade vietnamita, o museu sobre a ocupacao francesa e respectivas prisoes, pelo que o tempo perdido na busca de comida 'a hora de almoco e as demoras constantes para a tiragem de belas fotografias comecaram a servir de argumentos para nao ter sido possivel ver tudo o que queriamos, pelo que as relacoes ficaram um pouco azedas entre alguns companheiros.

Regressamos ao hotel (que tinha todas as comodidades, tais como frigorifico, ar condicionado, tudo isto por uns sete dolares). Ja mais secos, fomos jantar a um local onde nos serviram bun-bo. Todos estavam um bocado a medo. Eu fui logo o primeiro a pedir um daqueles belos pratos de massa, com um Bin-Bao a acompanhar (uma especie de bola de berlim sem creme, e com muito pouco acucar; bem bom!). Enquanto alguns companheiros acertavam as suas picardias, sentou-se um casal de jovens (nao lhes dava mais de dezoito anos) ao nosso lado. Eu tentei imitar a maneira como eles seguravam os pauzinhos, olhando descaradamente para as maos deles. Eles olhavam muito divertidos para mim. No final, usei a minha tecnica para apanhar um bocado de Bin-bao que ainda sobrava numa das malgas, ao qual o casal acenou em sinal de vitoria, rindo. Despedi-me deles com um tam-biêt, ao qual responderam tambem, muito sorridentes.

Voltamos para o hotel. Esta na altura de lavar mais uma roupa e preparar a tralha para o nosso proximo destino: Ha Long Bay.

P.S.: perdi as minhas notas deste dia, e com elas, o nome da tailandesa (escrito em Thai), e o email da nossa compatriota portista. Mas ainda tenho esperancas que esteja algures no fundo da mochila. :)

quinta-feira, 26 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 6 (26/3/09) (fotos 1)

As fotos estao fracas porque foram tiradas com o meu telemovel, e o enquadramento nao e o melhor (mas ando a a prender muito com o mestre).
Tentarei enviar fotos com melhor qualidade assim que puder.























A procura do Vietnam - dia 6 (26/3/09)

Hoje farei o relato da viagem ate a aldeia no lago tonle sap.

Esta aldeia e' curiosa em todos os aspectos.
A comecar pela sua localizacao: o lago tonle sap.
Outra curiosidade prende-se com a populacao em si: metade dela e' composta por vietnamitas (relembro que estamos no Camboja).
Depois de 20 minutos de viagem numa estrada pouco amistosa, chegamos finalmente ao riacho que nos levaria a aldeia de tonle sap.

O riacho emanava uma 'fragrancia' caracteristica de lodo, lixo, e peixe podre, tudo isto servido a temperaturas na ordem dos 30 graus, num caldo castanho claro que mais parecia que iriamos navegar numa "meia de leite".

Embarcamos...

A aproximacao a aldeia fazia-se lentamente, serpenteando o afluente. A propulsao da nossa piroga era feita recorrendo a um motor de bombeamento de agua, pelo que a progressao no leito do rio era algo penosa (para o barco, bem entendido, nao para nos).

Cruzavamo-nos ora por outras embarcacoes transportando turistas, ora por locais que faziam as suas vidas nas margens do rio, pescando shark cat fish, e caracois de rio.

Deparamo-nos com sinaletica estranha, a qual fazia alertas a perigo de encalhe na copa das arvores (???), colocada no poste a uns bons dez metros de altura.

Quando chegamos 'a aldeia ficamos maravilhados com a capacidade de engenho daquele povo. Escolas, mini-mercado, igreja, pocilgas, salao de jogos com duas mesas de snooker, restaurante, criacao de peixes e de crocodilos, tudo isto sobre estacas e no meio do lago.

Largamo-nos 'as fotos como se nao houvesse amanha!

Algumas criancas vageavam por aquelas bandas em seus barcos, quais miudos da cidade que 'roubam' o carro do pai ao fim de semana para 'darem uma volta'. :)

Confesso que quando la fui 'a aldeia nem me apercebi que estava num lago, dado que nao via as margens do mesmo, e havia uma ondulacao em tudo semelhante ao nosso Rio Tejo.

Paramos para ver a crocodile farm (tambem no meio do lago). Era bastante pequena, bem como os seus crocodilos.
Impressionante foi a alimentacao da cultura de shark cat fish. Eram dezenas de peixes confinados num espaco exiguo. Quando lhes atiraram racao, o chapinhar era caotico e violento, ao ponto de fazer saltar agua para fora.

No regresso, fizemos questao de passar novamente pelo meio da aldeia, seguindo-se novo frenesim fotografico.

Chegámos ao nosso ponto de partida com aquela sensacao de que tinhamos acabado de ver um local maravilhoso, e que cada minuto perdido naquele local fora um minuto bem gasto.

Depois disso, foi seguir de tuk tuk ate ao aeroporto para voltarmos ao nosso Vietnam, num voo para Hanoi que arrancou ANTES da hora prevista - algo a meu ver, inedito - e que durou pouco mais de hora e meia. Curtissmo para os nossos actuais padroes de viagem. :)

A saida conversamos com um brasileiro e uma australiana, e no minibus falamos com um americano e duas britanicas, tudo gente com gana de viagens e muito bem disposta.

Sao 2:18 am. Vou-me deitar... ate logo.

quarta-feira, 25 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 5 (25/3/09)

Calor e mais calor (e escaldoes). :)
Durante esta semana, acordamos sempre entre as 6:00 ou 6:30.
Fomos a Angkor Wat nos nossos tuk-tuks.
Angkor Wat tinha tudo para ser um ex-libris...mas receio que as minhas expectativas estavam demasiado altas.
Nao se deixem enganar por mim...a paisagem e' estonteante. Os edificios sao construcoes magnificas, e e' realmente e dificil de acreditar como um povo naquela altura conseguia erguer estruturas daquelas bloco por bloco.
Mas... O monumento em si esta dividido em varias seccoes e varios percursos. Ao final do terceiro ja comecamos a ter aquela sensacao de estarmos a ver calhaus a mais.
Nem mesmo o local do 'Tomb Raider' salvou a honra do convento, pois estava povoado por barrotes, andaimes e pressintas a segurarem uma eminente derrocada. Para inspirar ainda mais os visitantes havia o som de maquinaria. Neste aspecto, confesso que fiquei um pouco desiludido.

Mas houve pequenas partes do monumento (e reparem que estou a falar dum conjuntos de estruturas que se extendem por 5km quadrados) que me supreenderam, e que fazem com que valha a pena visitar o local... as arvores, alguns dos edificados, a paisagem de 'selva' nalguns pontos, as subidas vertiginosas dos degraus das torres de Angkor...

Em Angkor Wat, tive tb a oportunidade de rezar aos deuses para me ajudarem numa demanda pessoal. Infelizmente, receio bem nao ter ajudado.

Vimos macacos, elefantes, vacas, e claro, mais bufalos.

Ja estamos mestres nos pauzinhos chineses...mas hoje vimos um cambojano a comer com a mao... pelos vistos andamos a fazer isto errado. :)

A procura do Vietnam - dia 4 (24/3/09)

Partimos de Saigao em direccao ao Camboja, viagem essa que durou qualquer coisa como doze horas (ate' Siem Reap). Durante a viagem, o guia do autocarro de vez em quando la dava ares da sua graca, e ao menos, livrava-nos momentaneamente do suplicio que era ouvir a televisao a transmitir Karaoke Cambojeano.
Na fronteira, entre Vietnam e Camboja perdemos algum tempo com os tramites legais. Foi entao que nos deparamos com uma visao 'aterradora': o bebado de Saigao estava no autocarro que seguia 'a frente do nosso...e o pior e que ja parecia estar sobrio. Mas a nossa discricao evitou o 'pior'. :)
Para mal dos nossos pecados, ambos os autocarros pararam no mesmo local a hora de almoco!!
Saimos todos, mas dado que o calor estava dificil de suportar, regressamos ao seu interior.

Chegamos a Phnom Phen. Aqui, as pessoas tambem sao muito simpaticas e afaveis. Ficamos pouco tempo, pois o proximo autocarro de transferencia iria levar-nos a Siem Reap, local de um dos meu pontos de interesse favoritos: Angkor Wat.

Trocamos de autocarro...e de guia...desta vez o Speedy Gonzales dos oradores de autocarro...
Durante a viagem vimos muitos bufalos.
O tempo abateu sobre nos (e falo nisto literalmente), quando a chuva comecou a cair violentamente sobre o tejadilho do autocarro...e no seu interior!! :D

Felizmente que a chegada a Siem Reap, o tempo estava quente, aberto, e com umas fenomenais tempestades de relampago que podiamos assisitir, ja que nos encontravamos a distancia segura (muitos kms).

Phom Phem e bem mais pequena que Ho Chi Minh, mas e mais organizada e mais 'cosmopolita'.Aqui quase todos os carros sao Toyotas (muito carros de gama alta, incluindo jipes). As motas ainda proliferam, mas ja nao tem nem metade da expressao que tinham em Ho Chi Minh (provavelmente a capital mundial da mota).
Nao tivemos problemas em arranjar hotel, o qual foi magnificamente negociado pelo nosso amigo Paulo. O nosso hotel e novo e muito confortavel. Aproveitamos para lavar a roupa. :)
As ruas estao povoadas de tascos os quais seriam o nosso local de eleicao para repastos cambojanos. Ja tinhamos alojamento e alimentacao. So faltava transporte e programa que foram prontamente assegurados pelos nossos tuk tuk drivers Sinh e Sami (o primeiro viria a mostrar-se um negociante impossivel de convencer). :)

segunda-feira, 23 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 3 (23/3/09)

Saimos cedo em busca dos motivos de interesse da zona.

Atravessar as ruas de Saigao nao e tao complicado como parece apesar da quantidade frenetica e ininterrupta de motas. Nao podem e' haver momentos de hesitacao.

Visitamos o jardim botanico, o zoo, a 'Notre Dame' de Ho Chi Minh, e demos longas caminhadas ao longo do rio para nos familiarizarmos com a populaca e os seus estranhos costumes.

Com imensas motas em circulacao, as oficinas nao dao resposta a todos os pedidos de auxilio. Foi ai que percebi que os vietnamitas sao tao despachados como nos. Improvisam-se umas qtas oficinas moveis, bem assinaladas no passeio por dois pneus rotos, e em locais estrategicos, pelo que uma mota nem precisa de sair da estrada para meter um pouco de ar nos pneus. Tudo recorrendo a maquinaria de ponta (compressores a gasoleo a cairem de podres, e ate bombas de encher bicicletas).

As pessoas daqui sao muito prestaveis. :)

Ja comecamos a provar umas frutas estranhas. Sao boas! :)

A procura do Vietnam - dia 2 (22/3/09)

Nao tivemos tempo para ir a China Town em Londres (a nossa primeira escala). Ficamo-nos por South Kensington, onde comemos uns crepes e umas chamucas no 'square'.

A chegada a Seoul fez-se a hora prevista (apos um voo de onze horas). La no aeroporto ainda nos divertimos a fazer umas petecas, e vestimos uns hanbok's (fatos tradicionais coreanos) para a foto, enquanto aguardavamos a escala para o nosso destino final. O tempo estava excelente.

Apos mais cinco horas de voo chegamos enfim ao Vietnam (22:00 hora local, 15:00 hora portuguesa).

Contra as minhas expectativas, o tempo estava fenomenal (ceu quase limpo e 28 graus).

Depois de umas dificeis negociacoes junto dos taxistas, fizemo-nos a estrada no carro dum particular.


Cintos de seguranca? Nao e preciso! :) Andar em contramao e tambem pratica comum e muito bem tolerado.
Obras com buracos maiores que a proprias obras, dezenas de cabos telefonicos pendurados nos postes, semaforos com contagem decrescente para o sinal verde, ruas sujas, duvidosas, e claro, transito caotico com ultrapassagens tangenciais e buzinadelas qb.
Benvindos ao Saigao. (Ho Chi Minh)

Perante toda esta adversidade, conseguimos dar com a rua do Hotel 265 sem qq problema.
So depois viemos a saber que o hotel fechara ha um ano, segundo informacoes dum dos locais, pelo que tivemos que investigar outras possibilidades. Oferta nao faltava.

Acabamos o nosso dia a jantar as duas da manha, 'a pala dum bebado (tudo cortesia dele).
Provei o pho bo. Estava optimo. :)
De regresso ao hotel, foram-nos oferecidas putas, marijuana e cocaina.

Tentarei mandar fotos muito brevemente.

P.S.: As vietnamitas sao lindissimas.

P.P.S.: O bebado estava certo numa coisa: nos nunca o iremos esquecer (e acredito nele). Mas confesso que ja nem me lembro do seu nome. :)

sábado, 21 de março de 2009

À procura do Vietnam - dia 1 (21/3/09)

Faltam menos de cinco horas para me pôr a caminho do aeroporto, e ainda estou acordado.
Não sinto qualquer ansiedade ou nervosismo. Estou calmo e sereno como há muito não me sentia.

Ja parti, sem me ter apercebido...