quinta-feira, 16 de abril de 2009

Custos de Viagem ao Vietnam

Valores correntes (a 10/04/09):
1 dolar oscila entre 17000 e 17800 dongs. Normal é 17500.
1 euro = 22500 dongs
comissões de levantamento no Vietnam = 20000 dongs.
No caso do meu cartão (de débito) era comissionado adicionalmente em 4,7% sobre o valor levantado (só soube isto depois de ter chegado a Portugal).
Para 2000000 de dongs (87 euros), pagavas cerca de 4,5 euros. O que fazia baixar o valor do euro para 21800 dongs, sensivelmente.
As notas vietnamitas vão desde os 200 dongs (0.01 euros) até 500000 dongs (cerca de 23 euros)

Despesas
Total arrendondado com alojamento, comida, transporte e programas: 1500 euros

vacinas
- 27 euros (hepatite A e profilaxia da malária. Febre tifóide é gratuita)

vistos
- 50 dolares para visto de múltiplas entradas no Vietnam
- 25 dolares para entrada no Cambodja
- 25 dolares para saída no Cambodja

transportes
- 674 euros vôo de ida e volta Londres (Heathrow) - Ho Chi Minh, com escala em Seoul (Korean Airways)
- 164 euros vôo de ida e volta Lisboa - Londres (TAP)
- 144 dolares vôo de Siem Reap para Hanoi (Vietnam Airlines)
- Anpho open bus ticket rondava entre os 40 e 50 dolares
- despesas de taxis rondavam entre os 2 e os 4 dolares / pax, por deslocação
- minibus rondava entre 3 a 5 dolares / pax, por deslocação
- barco de Ho Chi Mihn - Canthó rondou os 9 euros
- Outros barcos rondavam entre 4 e os 7 dolares
- aluguer de motas com depósito cheio a 4 dolares por dia.
- aluguer de bicicletas a 15000 dongs por dia

alojamento
- guest house: entre 6 a 8 dolares por pessoa
- hoteis (de duas estrelas): entre 10 a 20 dólares por quarto duplo, por noite

Comida
- pão (estilo baguete): entre 2000 e 5000 dongs
- pastelaria entre 5000 e 8000 dongs. Fatias de bolo pode ir até 11000 dongs
- café com gelo: entre 5000 e 15000 dongs
- cerveja: entre 15000 e 25000 dongs
- ananás: entre 5000 e 8000 dongs
- maçã-de-água: 10000 dongs o quilo
- manga: entre 8000 e 10000 dongs por 3 ou 4 (são pequenas)
- jack-fruit: 8000 dongs por saco
- melancia: até 5000 dongs o quilo ou unidade (são muito pequenas)
- bananas: entre 6000 a 10000 dongs o cacho
- phó bó/gá/rieu: entre 15000 e 25000 dongs
- bún bó: entre 20000 e 25000 dongs
- My xáo thomp: entre 25000 e 35000 dongs
- caranguejo: entre 60000 a 90000 dongs a unidade
- lulas: entre 25000 a 35000 dongs
- lulas secas: 30000 dongs (é caro e não vale o preço)
- milho em maçaroca: entre 4000 e 10000 dongs
- água de 1.5L: entre 4500 e 10000 dongs
- choco-pie (6 unidades): de 20000 a 25000 dongs
- bolachas: entre 15000 e 25000 dongs
- sandes (banh mí mûc/gá): desde 8000 até 15000 dongs
- banh bao (pão de massa tenra com carne): entre 5000 e 8000 dongs
- saco de bolos secos: entre 10000 e 15000 dongs

vestuário

- fatos de homem à medida: até 90 dólares
- fatos de senhora à medida: até 80 dólares
- chinelos à medida: entre 7 a 10 dólares
- t-shirts: desde 22500 a 55000 dongs
- calções de banho Bilabong: desde 160000 a unidade
- calções de ganga: desde 170000 dongs
- casacos em gore-tex: a partir de 300000 dongs (variam muito dependendo da qualidade, podem ir até 900000 dongs)
- chapéu vietnamita: até 20000 dongs

outros artigos diversos

- mochilas de 35 litros: desde 170000 dongs
- mochilas de 80 litros: variam muito. Desde 300000 a 900000 dongs
- artes em madeira: desde 50000 dongs (algumas máscaras a 1 milhão de dongs)
- pauzinhos chineses elaborados (18): desde 50000 dongs (há mais baratos)
- bolsas coloridas dos Mong: 50000 dongs
- tapecarias negras dos Mong: 50000 dongs
- relogios contra-feitos (breitling, omega, etc): desde 300000 dongs
- cachimbo: 17000 dongs
- katanas: desde 100000 dongs

Vietnam descoberto (mas só uma parte)

Daqui a uns tempos, irei publicar uma lista de coisas boas, más, e estranhas, que vi no Vietnam, bem como uma lista exaustiva dos gastos da viagem (dentro daquilo que me lembro). Espero que este blog sirva para que outros viajantes possam disfrutar ainda mais deste magnífico país.

Se me perguntarem se quero lá voltar, eu digo que sim!

Eu sempre achei que esta viagem seria daquelas que se faziam uma vez na vida, mas depois de tudo aquilo que experimentei e descobri, de todas as pessoas com quem falei, a minha ideia mudou radicalmente...de repente ficou tudo muito mais perto para mim, e sinto que isto afinal...é só o princípio de uma viagem ainda maior. :)

Deixo aqui uma música de Phong Nguyen - Sa Mac (Melâncolia)

SeeqPod - Playable Search

Para saberem um pouco mais acerca da história e do nível de vida do vietnamitas, deixo aqui os links para o Asia Times e para o Wikipedia

domingo, 12 de abril de 2009

À procura do Vietnam - dia 23 (12/4/09)

Uma da manhã...chega mais um viajante em escala para ponto desconhecido...falei com ele um pouco. Era da Mongólia.

Fui-me lavar o melhor que pude. No aeroporto, pelos vistos, não há chuveiros nem bancos-cama a não ser eventualmente na zona de transferência de vôos, mas à qual não tínhamos acesso pois a escala do vôo do Vietnam terminava em Londres, e o de Lisboa era um vôo à parte.

Fizemos o check-in, e a comunidade portuguesa aí já era numerosa.

O vôo realizou-se também sem problemas, e ver Lisboa a aparecer por baixo de nós foi uma sensação estranha (não era boa nem má).

São 8:40. Estou no aeroporto de Lisboa, pronto para partir para nova viagem com destino incerto...

sábado, 11 de abril de 2009

À procura do Vietnam - dia 22 (11/4/09)

Estamos no aeroporto de Seoul. Ainda agora deixámos solo vietnamita há umas seis horas, e já tenho saudades do país. :(
Este aeroporto não deixa de me espantar pela sua grandiosidade e beleza.
Com algumas horas disponíveis, fomos logo às áreas de intercâmbio cultural, para ver se fazíamos um pequeno armário de madeira em miniatura, que tínhamos visto da última vez que lá estiveramos. "Isso foi o mês passado", foi a resposta que a sul-coreana deu, num inglês perfeito. Estava vestida a rigor e era linda de morrer. Aquela frase ficou a tilintar-me na cabeça. Já tinha passado quase um mês. Fizemos outro trabalho e utilizámos uma técnica artesã coreana chamada Hanji. Consiste em usar papel de arroz que é muito maleável, e poroso. Não fica manchado da cola, e desfaz-se facilmente quando ensopado, pelo que dava para fazer uns efeitos engrançados nuns pratos de cartão que nos deram.
No final, pedi à rapariga para inscrever o meu nome em coreano no meu trabalho artístico.

Assistimos a uma mostra de música coreana, vestimos mais uma vez os hanboks (fatos tradicionais), estranhámos novamente as bolas que eram usadas no pogurak (dança/jogo aristocrático), jogámos o "tuho" (lançar umas setas para dentro dum pote). Fomos até um ciber-espaço gratuito, onde actualizámos os nossos sites e blogs. Lá no aeroporto era tudo caríssimo, e as lojas chegavam por vezes a ter mais funcionários que clientes (uns seis ou sete), sempre super atenciosos para qualquer dúvida que alguem tivesse sobre um equipamento. E bastava apenas lançar um olhar para virem logo a correr ter conosco. Ao contrário daquilo que eu esperava, os equipamentos electrónicos na Coreia do Sul (e também no Vietnam), não tinham preços muito distantes daqueles praticados na Europa, pelo que o grupo conteve-se. :)

Na viagem de regresso, enfardámos imensa comido coreana: binbimbap, sopa de algas, bolos de arroz. Tudo intercalado com sumos de laranja, águas, cervejas, e toalhetes refrescantes (outros vinham a escaldar). :)

A chegada a Londres fez-se sem qualquer incidente. Dormimos nos bancos do aeroporto à espera do vôo que nos levaria a Lisboa. Ainda tive para comprar um baralho de cartas na loja de conveniência, já que teríamos que esperar treze horas pelo vôo seguinte, mas decidi-me antes por um folhado de carne de galinha com cogumelos, e um sumo de laranja.

Ao pé de nós estavam pessoas de várias nacionalidades. Uma mulher vestida de burka instalava-se comodamente num dos bancos, juntamente com o seu marido, e dois filhos.

Adormeci, aguardando pela hora do check-in que seria às quatro da manhã do dia seguinte (Domingo)...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

À procura do Vietnam - dia 21 (10/4/09)

Mais um dia em Saigão...o último...fomos fazer o resto das nossas compras e despedirmo-nos daquelas ruas e pessoas que nos acolheram sempre de sorriso aberto.
Passámos por uma gelataria a peso, e desforrámo-nos nuns gelados à maneira (mas com um preço nada à maneira. :D ). Claro está que escolhi para topping, uma fruta estranha: o dragon-fruit. Tem um sabor muito suave, mas muito bom. A fruta é estranha não só em aparência como também no conteúdo (branco, carnudo, e cheio de pequeníssimas sementes pretas). por baixo do dragon fruit vieram atrás quase quatrocentas gramas de gelado de nata, chocolate, baunilha, tutti-frutti (que era fenomenal), amendoim torrado, e pedaços de kiwi. :)
Enquanto comíamos, lá fora começara a cair um dilúvio (bom timing). Estranha combinação aquela de calor intenso, sol, e ao mesmo tempo, chuva torrencial. :)
Dado que já tínhamos feito o checkout do hotel, e o grupo estava com dificuldades em aguentar o calor das quatro da tarde sem ar condicionado, chamámos o taxi e fomos pra o aeroporto, prescindindo assim dum belo jantar de marisco, para muita pena minha.
O que nos valeu é que o taxista era um grande bacano. Era fanático por música dos 70's e 80's, pelo que vim a fazer um karaoke com ele pelo caminho, tanto para gáudio dos ocupantes como para quem parava de mota ao lado do carro. O taxista tinha um especial fervor quando chegava ao refrão duma música que gostasse muito, demonstrando todo aquele sofrimento que o cantor devia estar a sentir quando escreveu aquelas letras (tudo com uma encenação facial bem treinada). As pessoas que passavam de mota, partiam o coco a rir, pois tanto eu como ele fazíamos questão que os ouvintes de fora soubessem qual era a música que passava no momento. Artistas tais como Cher, Bryan Addams, George Michael, e outros que nem sei o nome por terem músicas mais velhas que eu, rodavam nas pistas daqueles CD's.
Falámos de futebol, aprendemos mais umas coisas em vietnamita, entretemos as pessoas que passavam de mota, cumprimentando-as efusivamente, as quais nos respondiam com um sorriso, isto ao mesmo tempo que circulávamos naquele transito absolutamente caótico, e que ainda estou para perceber como é que o taxista nos levou até ao aeroporto sem um arranhão no carro (é da experiência, não pode haver outra explicação).

Despedimo-nos do taxista, mas não do Vietnam (ainda). Chegámos lá muito cedo (18:00). Enquanto esperávamo pela abertura do check-in (às 21:30), jogámos um bocado com uma peteca já usada, que encontrei num dos hoteis (e muito nós jogámos... :D ).


Peteca (em vietnamita chama-se "da cau") (foto de cortesia)

Quando abriu o check-in, fomos para a fila. Parecia que todo o contrabando ía sair do país a partir daquele vôo, pois cada passageiro levava pelo menos dois caixotes de cartão canelado, com dezenas de volumes de tabaco, entre outras mercadorias.
A vietnamita que estava a atender era a personificação da beleza em pessoa, vestida com um fato tradicional vietnamita (Ao Dai, mas pronuncia-se "ao hoai" ou "ao zai"), o que acentuava a silhueta do seu corpo atlético, ficando ainda mais sexy.


Vestido tradicional vietnamita (Ao Dai) (foto de cortesia)

Devia ser a primeira que encontrámos que se notava que pintava os lábios carnudos. Normalmente elas dão muita importância aos pelos das sobrancelhas, e não se pintam. Também não precisam, porque a pele delas tem sempre um aspecto jovem e muito saudável. Os homens por seu lado, dão importância aos pelos desgarrados que lhes aparecem na face, e que arrancam com a ajuda duma pinça...e do espelho retrovisor da mota.

Para ajudar a passar o tempo, jogámos mais um pouco de peteca, e desta vez, até os funcionários - que eu pensava que vinham ter conosco para dizerem para pararmos com aquele espectáculo - juntaram-se a nós para uma jogatana. E jogavam bem, apesar de estarem de fato e sapatos (super-escorregadios naquele piso). :D

Vamos agora entrar no avião para Seoul...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

À procura do Vietnam - dia 20 (9/4/09)

De manhã, alugámos umas bicicletas, e fomos até Ben Tré. À beira da estrada, haviam imensas árvores de fruto. Pelo caminho fazíamos algumas avarias de bicicleta, sempre a testar os limites das mesmas, dando alguns saltos (mas pequenos, não fosse a bicicleta desfazer-se mesmo ali), equilibrismos, e até ultrapassagens a algumas motas. :)
A localidade já estava em ebulição às nove da manhã, mas havia pouco que ver, pelo que voltámos atrás, e fomos novamente à aldeia onde estiveramos no dia anterior. O Sol já apertava, e àquela hora já deviam estar uns belos 26 ou 27 graus celsius. Durante o dia tínhamos temperatura de 31 graus, e suavamos em bica. :)
O percurso que fizemos até Phú não fora no entanto igual ao do dia anterior. Metemo-nos por um circuito paralelo à estrada principal, com imensas pontes em arco, galgando as dezenas de canais de irrigação que existiam. O caminho tinha dum lado a ria principal, com muitas árvores, e de vez em quando um pequeno cais de embarque para as xatas. Do outro lado, haviam pequenas quintas, onde cultivavam diversos legumes, mas tudo densamente coberto por árvores frondosas. Muito fixe!
Da parte da manhã já não deu para fazer muito mais, pois teríamos que nos meter a caminho de Saigão. Eu ainda parei para cortar bambu com a ajuda dum canivete de um dos companheiros de viagem. Percebemos porque razão os viets cortam o bambu com katanas. É estupidamente maciço!! :)
Os meus companheiros foram preparar as suas malas de viagem, mas eu não podia sair daquela região sem antes tomar o pequeno-almoço: a já tradicional noodle soup phó rieu, que é uma mistura de carnes. Tava bom. Enquanto comia, um vietnamita veio sentar-se ao meu lado com o seu filho e começou a falar comigo como se nada fosse. Em troca, comecei a falar português com ele. Foi risada completa. Nenhum de nós percebia nada do que o outro dizia (não valia a pena usar inglês pois ele também não entendia). No final paguei 0,70 euros e fui à barraquinha ao lado para o meu café gelado. Puseram-me dois copos na mesa: um cheio de gelo, e o outro com uma mini-panela no topo. Eu já estava a começar a achar a lógica daquilo, quando o local olha para mim divertido e senta-se de frente para mim. Começa então por agarrar no copo de gelo e derramar para o chão a água já derretida. Em seguida, aponta para a mini-panela (era uma cafeteira, basicamente), e levanta-a revelando uns pequenos furos na base, e mostrando um pequeno prato, também cheio de furos. Dentro da cafeteira, o café misturado com água a ferver ía vertendo gota a gota para o copo. Ele "desenhou" um risco no copo pequeno com o dedo, indicando o nível de café necessário. Aguardámos um tempo. Depois, levantando a cafeteira, meteu um pouco de açucar, misturando bem, e verteu o conteúdo para o copo com gelo. Voltou a assentar a cafeteira, a qual continuou a gotejar. Quando acabei de beber o café, já tinha mais um copo para verter lá para dentro. :)
No final, ofereceu-me um bule com chá vietnamita, que também bebi fresco. Mesmo sem açucar era muito bom, e fazia lembrar qualquer coisa parecida com rosas, mas diferente. Foram provavelmente os 22 cêntimos de euro mais bem gastos de toda a viagem. :D
Quando cheguei aos bungallows, o resto da malta já estava toda deitada em camas de rede, a aproveitar uma ou outra aragem fresca que por ali passava ocasionalmente. Aproveitei para espreitar o aquário com o seu elephant-fish (não chegámos a provar), e em seguida fui experimentar as camas de rede. Mas foi sol de pouca dura, pois daí a cinco minutos tinha chegado o nosso transporte: quatro motas! Eu não tinha mãos a medir dos sacos que levava fora da mochila (tinha muita coisa frágil). Mas lá conseguimos meter tudo em cima da mota, e metemo-nos a caminho até ao ferryboat.
Aí, conversámos com um canadiano que já ali estava há onze anos. Ele vivera algum tempo no Cambodja, mas a corrupção era tanta que ele não teve outro remédio a não ser o de sair daquele país e instalar-se no Vietnam, onde agora era proprietário duma zona turística que rentabilizava junto dos seus compatriotas e outros turistas que por ali passassem. O serviço era caro (para a média de preços praticados noutros locais), mas ele dizia que tinha todas as comodidades e mais algumas. :)
A viagem de ferry foi curta. Enquanto as motas saíam, despedimo-nos do canadiano, e fomos de mini-bus até ao posto de camionetas, onde por sua vez iríamos apanhar outro mini bus! :D
Enquanto esperávamos pelo transporte, fui à procura de água, mas logo os funcionários do posto me passaram garrafas de água frescas, saídas directamente da arca que estava ali plantada no passeio. Uma dádiva, já que os 31 graus faziam-se sentir bem logo de manhã.
Ao pé do posto, também havia um edifício a destoar de todos os outros: era um supermercado, uma raridade por estas bandas. :)
Partimos em direcção a Saigão. À chegada fomos brindados com uma chuva e ventos tão fortes que não lembravam a ninguém no geral, e a nós em particular, que já estávamos mentalizados de que não iríamos precisar de usar novamente os ponchos até ao final da nossa estadia no Vietnam). Isto fez-me lembrar aquilo que a neozelandesa dissera acerca dum tufão que estava a assolar aquela zona.
Na estrada circulavam motas e mais motas, transportando as coisas mais estranhas, desde carradas de cartão canelado, colchões de casal, espelhos, esferovite com quase um andar de altura, até pilares romanos de gesso. Para não desiquilbrar a mota, eram levados aos pares, e ao alto, ora pois concerteza. Para terem ideia da dimensão, cada pilar era quase do tamanho duma pessoa. :)
Saímos do minibus debaixo de chuva, e relutantemente, lá sacámos dos ponchos. Eu parecia um pedinte, pois estava com uma cana de bambu numa mão, e um saco cheio de conchas na outra. Um dos compadres de viagem já só vestia pedaços de poncho cor-de-laranja (a qualidade dos ponchos assemelha-se à do material contra-feito, ou seja, duvidosa).
Lá nos pusemos a caminho do hotel. De vez em quando uma ou outra família soltava uma boa gargalhada ao ver-me a carregar o bambu (qual Gandalf Vietnamita). Eu ria-me com eles. Fizemos paragem estratégica para comprar inspeccionar os capacetes (de muitas cores e feitios). Só é pena que não sejam permitidos na Europa, pelo que decidi não trazer nenhum. Mas houve quem trouxesse um magnífico capacete à la GI Joe, com rede e insígnia de águia, camuflado com as cores dos uniformes americanos. :D

Nota: Os vietnamitas são um povo muito gozão, e algo vingativo. :)

No trajecto até ao hotel já tudo nos parecia normal e até certo ponto familiar. Era um sinal de que estávamos prontos para começar realmente as férias naquele país estávamos a pouco mais de um dia de partirmos com destino a Seoul.

Já nos tínhamos habituado a ver a malta a jogar peteca e pena; às prostitutas que vinham ter conosco (mas a presença dum elemento feminino no nosso grupo impunha o respeito); as moças a andarem de pijama no meio da rua; o alarido das buzinas; as vendas de rua ambulantes de capacetes e outros artigos de primeira necessidade para o condutor de mota (espelhos retrovisores, etc...); jipes topo de gama fazendo marcha atrás ao som de músicas monocórdicas, tais como Lambada, e outros hits internacionais bem conhecidos ("SantaClaus is coming to town" estava no top 3); as baratas e ratos a passearem calmamente pelo chão... Eu gostava cada vez mais daquele sítio. :)

Almoçamos tarde, mas como estávamos na recta final da nossa estadia, fomos ao bar dos "beefs". Pagámos três vezes mais que o normal, mas a comida estava muito boa, e até deu para meter uma bejeca no congelador e tudo, antes de vir para a mesa.

Nota: as cervejas vêm em garrafas de 0.5L. As vietnamitas são a Halida e a Saigon (red ou green). As restantes vêm de Singapura e outros países asiáticos (Tiger, Ba Ba Ba, etc...). São boas. às vezes não vêm é suficientemente geladas. Também vendem muita Heineken.

Fomos fazer compras. Havia muito artigo contra-feito e de qualidade por vezes duvidosa (sportswear de montanhismo e de praia; relógios; malas, etc...). Tudo tinha preços muito apetecíveis, e a escolha era muito difícil, pois tudo era bonito.

Há hora de jantar, comemos um peixe grelhado (Red Snapper), que estava divinal, acompanhado pelos nossos já conhecidos spring rolls (nem rau), e pelo nosso menos conhecido sapo grelhado (que estava uma categoria!).

Amanhã...último dia no Vietnam... :(

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 19 (8/4/09)

De manhã, fomos aos mercados flutuantes. Até chegarmos a um local de paragem, andámos à padeirada com outros barcos. Comemos fruta (ananás e uma espécie de toranja: a moei) e um Chao Long muito bom. Fomos por entre canais muito bonitos. Deu tempo inclusivé para parámos num campo de arroz. Aí confirmei que as posturas cor-de-rosa que tinham visto em Ninh Binh eram de facto de caracóis de rio. A Ahn (nossa barqueira) chegou inclusivé a descalçar-se e a ir pra dentro do pequeno canal de irrigação para trazer um caracol. Ela já em terra, também nos deu a conhecer umas limas muito pequenas que eles têm, e que usam para condimentar o phó. Depois fez-nos uns brinquedos de folha de coco (flores, um grilo, e um moinho). Explicou-nos que havia um coco-de-água, e que era "vely goot". Vimos os campos de arroz prontos para a apanha.
Saímos então dos canais, e entrámos no afluente principal do mekong.
Fizemos parada de emergência para ida à vê sinh (WC). Eu fiquei no barco. A Ahn entretanto comprou umas canas-de-açucar, cortou a casca a uma delas com a sua katana toda ela em ferro, cabo e tudo, e deu-me um bocado para mascar. Estava impecável.
Depois de mascar um bocado de cana, ela puxou da sua cafeteira de plastico e foi para terra. Desta vez, trouxe a cafeteira cheia de gelo com sumo de cana, e tb deu-me um bocado para provar. Muito bom!!
O resto do grupo (já mais aliviado e com qualquer coisa para comer) regressara entretanto à xata, reportando terem assistidos a uns sapos esfolados que ainda se mexiam numa das bancas de venda.
À tarde, despedimo-nos daquela terra e partimos de barco até Anh Binh e Vin Long. Havia muita construção nas margens (muitas casas com tijolo). Dragas terrestres trabalhavam a todo o vapor e com uma precisão incrivel. Haviam armazens de arroz a abarrotarem, alguns de portas abertas a transbordarem do precioso cereal, sendo que junto a essas casas, haviam também uma zona para embalar o arroz afim de ser transportado com passadeiras até ao porão das embarcações que por lá paravam. (Nota: os viets não têm marcas de arroz, mas sim tipos. Algumas lojas tinham mais de dez tipos de arroz. Estes eram distintos por região do Vietnam; tinham colorações e tamanho diferentes).
Quando chegámos ao nosso local de pernoita, já era final da tarde. Era uma quinta com bungalows; haviam ananazes, bananas, e mangas plantadas em vários sítio. Ainda deu para ir até à povoação mais próxima, a pé. Foram cerca de dois quilometros para chegar até Phú.



(foto de cortesia)
Pelo caminho deparámo-nos com umas aranhas gigantes ( do tamanho de uma mão), que construiam as suas teias entre os fios dos postes telefónicos. E eram logo às cinco ou seis duma só vez, todas ordeiramente espalhadas, aguardando paciente por um snack. :)




(foto de cortesia)
(Nota: em Myson, também vimos estas aranhas, as quais faziam um túnel de teia na base de cada árvore. Haviam bastantes).


Após a curta caminhada, chegámos à povoação, com pessoas muito simpáticas e sempre contentes por verem um turista nas redondezas (uma coisa que notei é que os vietnamitas são pessoas muito prestáveis, tentam ajudar de alguma forma, sem q esperem necessariamente por uma compensação).
A aldeola tinha um rio que a atravessava; barcos parados na margem descarregavam cilindros de carvão para cozinhar.
Atravessámos uma ponte e fomos até à outra margem. Havia uma escola de karaté para os miúdos, onde a algazarra era grande. :)
Voltámos para trás, sem antes pararmos num café onde infelizmente não tinham cerveja (a cerveja vietnamita é boa; mas não é algo que se beba muito por aquelas bandas. De vez em quando lá víamos um viet mais alegre, mas era coisa muito rara. Os viets preferem outras bebidas tais como café gelado, sumo de cana gelado ou chá em saquinhos de plástico com uma palinha)
A noite estava quente. Dentro do hotel, dormimos com mosquiteiros puxados para baixo, já que cada cama tinha um.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 18 (7/4/09)

Apanhamos o barco para Cantho, 'as oito da manha.
Foi uma viagem muito fixe, apesar de ter chegado com os ouvidos a zumbirem depois de quatro horas de 'concerto' dos motores do barco (e os motores das xatas apesar de serem muito menos potentes, fazem um cagacal identico, se nao for pior!).
Passamos por baixo duma ponte em construcao (com os carros de avanco nas extremidades inacabadas).
Na viagem, cruzamo-nos com muito barcos grandes. Eram 'as dezenas. Alguns empurravam tabuleiros carregados de areia (quase a afundarem), talvez para a construcao da ponte. (Nota: Os barcos tem uns "olhos"...deve ser tradicao).
Haviam barcos parcialmene submersos, do peso da areia transportada. Por vezes tambem apanhavamos muito contentores flutuantes, e o nosso barco fazia grandes curvas e contra-curvas constantes para se desviar dos obstaculos (a grande velocidade).
Vimos folhas enormes a sairem da agua, parecidas com as dos coqueiros.
Chegamos 'a povoacao...logo à saída havia uma pequena jaula com uma jibóia lá dentro...nem de propósito...para almoco comi uma bela duma cobra. Mas tive que comer numa mesa ao lado para nao ferir susceptibilidades dum dos companheiros de viagem que nao gosta de cobras nem com molho de tomate. :) Era saborosa! Tinha um misto de textura entre uma lula e carne de porco, mas menos aborrachada. O sabor mais próximo que consigo imaginar seria o da carne frita em óleo que fora recentemente usado para fritar peixe. :D
Haviam tambem sapos e ratos 'a disposicao.
Fomos ao mercado. La', comprei um saco de Jack fruit. De sabor doce, e textura aborrachada, aquilo comia-se bastante bem. Um dos companheiros de viagem ficou fa daquele fruto. :)
Para alem da fruta, haviam muitas outras coisas, tais como ovos de todas as qualidades e feitios (haviam sacos que pareciam ter ovos de ra).

'A tarde fomos andar de xata pelos canais. A nossa barqueira (a Ahn) era muito simpatica. Fez-nos umas flores em folha de coqueiro-de-agua, e disse que essa arvore dava uns cocos tambem muito bons. As folhas dessa arvore tambem servem para forrar os telhados das casas.
Pelos canais, passamos rente 'as casas de muitos locais, onde aproveitavam para tomar o banho das cinco da tarde. :)
Houve um que decidiu cumprimentar-nos com um "middle finger" ao bom estilo vietnamita, o qual foi prontamente respondido na mesma moeda por um dos nossos companheiros de viagem (não fossemos nós um povo latino, que não se fica só por olhar). Quem nos ensinou o gesto (que é diferente do europeu) foi a nossa amiga australiana, numa das suas sessões de intercâmbio cultural (que coisa maravilhosa).
Deixem-me que vos diga que por esta altura, até eu já me acocorava como os viets para lavar os dentes, nas breves paragens que fazíamos durante as viagens de autocarro, onde normalmente se comia qualquer coisa ou alivia-se a bexiga. :) O grupo já estava perfeitamente integrado! :D


Para satisfazer a curiosidade da populaça, tirei fotos ao gesto "tradicional" europeu, e o gesto vietnamita para comparação.


Um dos locais chegou mesmo a fotografar-nos com o seu telemovel topo de gama (ha muitos por aqui).
Vimos mangas, Mận (maçã de água), papaias, Jack fruit, fruta-pao, cocos, bananas).



Mận (maçã de água) (foto de cortesia)

Visitamos tambem uma fish-farm, com peixes pequenos a ameacarem entrarem em frenesim, 'a minima perturbacao da superficie das aguas (indicando comida).
Havia um caminho pedestre ao longo de parte dos canais. Experimentamos navegar uma xata (com os remos a moverem-se ao contrario). E' preciso alguma pratica. :)
No regresso, paramos na bomba de gasolina aquatica para abastecer com tres garrafas de agua de 1.5L com com conteudo em gasolina. a Ahn ofereceu umas mangas a um dos funcionarios. Fomos entao a caminho do cais (ja era final da tarde). As margens estavam banhadas de luz pelos barcos e pelo mercado. Chegada em grande. :)



Nota: Os viets reaproveitam muita coisa. O papel promocional de um doce que compramos, tem num lado a inscricao do doce, e do outro, aquilo que parece ser as instrucoes de colocacao dum tinteiro de impressora.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 17 (6/4/09)

Levantamo-nos 'as cinco da matina para ir de Willy (jipe de 'guerra' americano muito fixe), ver o nascer do sol nas dunas. Muito bom! Depois visitamos um mini canyon que desembocava numa zona piscatoria. O canyon tinha muito lixo acumulado, provavelmente devido 'as enxurradas que por vezes ocorrem naquela zona, e que consequentemente escavaram aquele leito.
Na praia dos pescadores, atiramo-nos 'a agua.
No regresso vimos um passaro de dorso verde, com asas quase em delta. Estranho! :)
Vi uma arvore que parecia ser caju. A parte carnuda do fruto cheirava a gelatina de ananas.
De seguida, dirigimo-nos 'as dunas vermelhas, que eram mais pequenas que as primeiras qe visitamos.
Passamos por uma outra vila piscatoria, onde haviam muitos barcos de azul e amarelo.
Nessa praia, as conchas eram 'a tonelada, e bem bonitas. Trouxe um saco cheio delas. :)
Nos entretantos, falamos com o condutor do willy para negociar uma viagem nesse jipe ate Cantho, mas infelizmente nao dava pois o jipe arriscava-se a ficar pelo caminho, com a cabeca do motor derretida. :)
Tudo isto abriu-nos o apetite, e fomos almocar no Cau Cay, comecando logo a escolher os pratos e bebidas a acompanhar, mas logo nos disseram que nao serviam refeicoes 'aquela hora...so' ai' e' que olhamos para o relogio e vimos que ainda eram nova da manha.
Para abrir ainda mais um apetite, fomos subir um ribeiro que 'massajava naturalmente os pes'. A agua nao subia acima do tornozelo. Vimos uma pequena cascata no final do percurso.
Em Mui Ne haviam muito potes grandes de barro, onde guardam o tipico molho de peixe (uma tradicao daquele sitio).
Desta vez ja eram quase horas decentes para almocar (11:15), pelo que regressamos ao restaurante.
Os viets comem muito pouco pao, e ficavam espantandos quando pediamos no restaurante, tres ou quatro paes (com alho),de cada vez, e chegamos mesmo a acabar com o stock num deles (a clientela nao devia ser muita naquelas paragens, e de cada vez que entravamos num restaurante, o dono provavelmene ja' ganharia o mes so' com a nossa presenca). :)

Partimos para o Saigao. Desta vez, conversamos com uma neozelandesa, que trabalhava por la' num barem Hoi An.
Pelo caminho, vi campos infidaveis de Aloe Vera (arvore com folha muito comprida e carnuda)
Entramos numa terra que tinha pelo menos umas tres igrejas catolicas, algo que considero estranho para um pais de regime comunista.
Quando chegamos a Saigao, tudo parecia mais bonito. Os barcos estavam soberbamente iluminados, talvez por causa duma festividade que ocorrera recentemente (acho que tinha a ver com a guerra).
Comi um tipico Bun-Bo' Xao. Muito fixe. Os sumos de fruta sao todos muito bons. O peixe em filete (aos bocados) que mandamos vir, tambem era muito fixe.

A caminho do hotel, vimos uma mota a circular com uma moca atras a dar de biberon ao filho, que estava sentado ao colo.
a anfitria do hotel (uma velhota castica dos seus oitenta anos), ficou toda contente por eu saber dizer o preco da estadia (talvez estivesse contente so' por ouvir o preco mesmo, e nada mais :) ). O moco que ajudava no hotel falava bem ingles, e era porreiro.

Saimos do hotel 'a noite, e fomos confirmar o preco dos bilhete e hora de saida dos barcos para Mitho' e Cantho. O funcionario da unica bilheteira que estava aberta 'aquela hora (21:00) nao sabia nada de ingles, mas entendemo-nos perfeitamente.

Ja' de volta ao hotel, deparamo-nos com uns lencois de cama um bocado sujos, pelo que tivemos que meter qalquer coisa por cima. :)

Nota: as mocas viets andam de pijama na rua, na boa.
Nota 2:O uso de mascaras e' quase esclusivo das mulheres viets (raramente se ve homens com mascara).
Nota 3:As casas viets dos suburbios costumam ter um 'emblema' no topo (circulo, cavalos, aguias, etc...), e quase sempre um alpendre com pilares redondos.

domingo, 5 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 16 (5/4/09)

As praias de Nha Trang ate' que eram fixes, com imensa gente a tomar banho logo 'as seis da matina (alguns vestidos e tudo. Sempre gente muito pratica :) ), mas nao tinham aquele ar paradisiaco que esperaria, pelo que tambem nao fiz questao de la pararmos. A zona de Diamond Bay, essa sim, e' bem mais bonita, mas infelizmente so' a vimos pelo vidro do autocarro.
Pelo caminho entre Nha Trang e Mui Ne, apanhamos uma praia que era espectacular. Milhares de corais deram 'a costa. Apanhei alguns.
Durante a viagem, as montanhas ao fundo comecavam a ser substituidas por uma planicie arida. Apanhamos pelo caminho imensos bandos grande de patos.
Passado algum tempo, comecam a avistar-se dunas duma areia muito branca, banhadas por uma agua azul. Estava imenso calor, e o ceu praticamente limpo. O vento a passar pelos campos de arroz fazia um efeito impressionante, dando vida 'aquela paisagem. Vimos umas construcoes que pareciam replicas modernas dos monumentos de Myson, ao longo do percurso. Avistavam-se muitas barracas de venda de coral (alguns chegavam ao cumulo de os pintar, afim de ficarem mais bonitos).
A camioneta era um autentico caracol, e quase parava em subidas um pouco mais exigentes, mas eis que finalmente chegamos a Mui Ne.
Fomos 'a praia. 'A falta de bola, os cocos serviam perfeitamente, jogando 'a "laranjinha aquatica" com dois cocos de diferentes tamanhos. :)
Nota: um coco mesmo repleto de agua nao afunda.
Como nao tinhamos almocados, jantamos dois pratos cada de camarao e lulas. Desta vez esticamo-nos: 3,30 euros por pessoa. :)
'A tarde psseamos pela praia e vimos os pescadores na faina, em barcos redondos de um so' remo, e tambem com redes 'a beira mar, puxadas por um casal. Haviam muitas conchas na praia. 'A noite fomos ao Cowboy Bar, e bebemos umas pinas coladas (rum, malibu, sumo de ananas, e coco, se noa estiver em erro). Enquanto a bebida nao chegava, mandei uns mergulhos mesmo ali ao pe' ... a 2 metros de distancia. :)
Nota: a chegada ao bar fez-se com agua do mar pelo tornozelo.
Depois de sairmos do bar, fui novamente 'a agua (nu'). O ambiente era surreal...lá bem ao fundo da praia haviam pescadores a trazer as redes para terra, e no céu uma tempestade de relâmpagos também muito distante, que que em nada ficava a dever a um bom fogo de artifício. :)

Haviam imensos coqueiros na regiao. Tentamos abrir um coco, jogando-o contra uma pedra e adivinhem o que se partiu primeiro...a pedra! :)

sábado, 4 de abril de 2009

À procura do Vietnam - dia 15 (4/4/09)

Hoi An nem parece Vietnam. Tudo demasiado limpo. A aproximação à cidade foi feita por entre resorts em construção, ao longo de quilómetros de praia. Na cidade haviam imensas lojas com souvenirs para todos os gostos. Vimos fazer estatuetas de madeira, sapatos, vestidos, tudo na hora. O rio à noite é muito bonito, com iluminação na água de cortar a respiração (vacas, peixes e dragões de papel enormes). A ponte japonesa era muito bonita e de lá podíamos avistar parte da iluminação. A ponte era de madeira, toda ela fechada, com um altar no meio.
Ao jantar fomos descobrir o Cao Lao, o White Rose e o Wonton. Tudo muito bom. No dia seguinte o grupo separou-se. Uma parte visitou a ilha, a praia, e o mercado. A outra foi a Myson. A praia foi comparada com a Costa da Caparica, de água tépida, um pouco picada e pouco cristalina. O tempo ligeiramente nublado também não ajudou. A ilha não tinha muito que ver. O mercado de manhã é que tinha outra vivacidade, mas de tarde também se mostrou muito movimentado. (nota: as pessoas entravam no mercado de mota, pedindo carne, legumes e outras iguarias sem sequer se desmontarem. Muito prático) (nota 2: as casas vietnamitas tem uma sala que serve de garagem para as motos, e de stand de vendas para a loja. Ao fundo tem a cozinha, e no primeiro andar os quartos, que por vezes alugam. Pelo que percebi eles dormem na sala tambem). As casa sao muito estreitas mas profundas, permitindo que hajam imensas casas/lojas numa unica rua. Voltando a Myson, o guia era muito divertido (chamava-se Jung Jung). Aprendemos com ele imensas coisas acerca daquele monumento, desde as tecnicas de construcao, passando pela guerra, religiao e queda do imperio Champa'). O nosso grupo intitulava-se "The Tigers" (o outro grupo era "The Spiders"). Nota: os tijolos nao tinham argamassa, ' excepcao dos restaurados. Eram polidos nas zonas de contacto, e o po' misturado com mel, acucar, e agua, para meter entre os tijolos. No final, metiam madeira 'a volta da construcao e ateavam fogo para cozer os tijolos e solidificar a estrutura. So' depois e' que faiam os entalhes com estatuetas.
Myson foi o unico sitio em que senti que estava mais perto do ambient da selva. Brutal! As construcoes em redor estavam muito destruidas, mas a principal ainda tinha muito encanto (nota: esta construcao tinha duas funcoes: a de centro religioso e de cemiterio).
Parecia tudo muito mais selvagem e primitivo do ue Angkor Wat. O grupo reuniu-se 'a hora do almoco, seguindo-se a seguir mais um frenesim de compras, e incursao ao mercado.
Compramos larvas escaldadas. Nada mas, mas os viets nao costumam comer aquilo, a jugar pelas caretas sorridentes que faziam ao ver o nosso saquinho de 'tremocos'. Enquanto esperavamos pelo autocarro, joguei peteca com os miudos viets (fui convidado por um deles). Sao 18:50 e os meus companheiros ja' dormem no sleeping bus. Esperam-nos mais doze horas de viagem, e oitocentos quilometros de estradas pouco amigaveis.
Nota: de manha e 'a tarde comemos umas sandochas de peixe bem 'a maneira. Metem umas ervas aromaticas, com um sabor bestial. Nota 2: vi uma mota de transporte de 'cilindros de cozinha'

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 14 (3/4/09)

Chegamos a Hue e fomos visitar a cidadela (sem antes termos passado por um cafe' frances, onde nos desforramos com uns paes e leite achocolatados.
Andamos a vaguear pelas imediacoes da cidadela. Vimos um pescador de caracois de rio, a apanhar maos cheias deles, junto a zonas lodosas onde estavam agarradas plantas aquaticas (loha) e nenufares (que aqui ha de duas cores: brancos e rosas).
Vimos um cemiterio para criancas. Cada campa era um nenufar pedra, cor de rosa e verde. De tao juntas que estavam as campas ate' parecia que as criancas eram enterradas "de pe'".
Perto da cidadela, haviam umas flores brancas e amarelas que cheiravam muito bem (parecido com rosas).
As portas da cidadela eram muito coloridas, com motivos e entalhes da cultura asiatica (tais como dragoes). As paredes tinham muitos seixos de porcelana de cores variadas.
Depois de uma longa caminhada, fomos para o autocarro, com destino a Hoi An, passando por Da Nang.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 13 (2/4/09)

Apesar das comunicacoes internet nao serem escassas aqui no Vietnam, nao tenho tido tempo para escrever no blog, pelo que terei que ser muito mais telegrafico (ate porque o papel que trazia ja' esta' a acabar). :)
Alugamos umas bicicletas e fomos ver mais um local de culto. o tempo estava chuvoso, pelo que nao deu para visitar uma outra regiao, de tao elameada que estava. Ao almoco, comemos bufalo com vinho da regiao de Dalat. Estava tudo muito bom. 'A tarde passeamos pela zona a pe. Algumas vietnamitas tinham o cabelo tao comprido, que pouco faltava para chegar aos joelhos. Haviam barbearias a ceu aberto. No mercado vimos uns caranguejos malhados de tons rosa e castanho. Vimos pela primeira vez bancas a venderem thit cho' (ou seja, carne de cao).Ja' tinhamos ao longo desta viagem passado por tres ou quatro casas onde faziam o thit cho'. Por esta altura ja' sabiamos que os viets comem cao no ultimo domingo de cada mes, pos e' algo que eles consideram ser muito auspicioso. Os viets gostam de interagir com o turista, e tem um sorriso genuino. 'A noite partimos no autocarro em direccao a Hue (so' conseguimos lugar sentado, pois os deitados ja' estavam todos ocupados. A viagem foi de quinhentos km.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A procura do Vietnam - dia 12 (1/4/09)

Novamente em Hanoi. O tempo está muito nublado. Às cinco da manhã não se vê vivalma, e toda aquela confusão de motas e pessoas durante o dia fora trocada por uma calma que eu acharia impossível de obter num sítio daqueles, qualquer que fosse a hora.
Entretanto, começaram a ser preparadas as carnes para serem vendidas e confeccionadas durante o dia. Porcos inteiros apresentavam-se completamente esventrados ao longo do passeio, sendo que as cabeças dos respectivos ocupavam um lugar especial...no alcatrão da estrada. Tudo isto seguindo as mais rigorosas regras de higiene da região (ou seja, nenhumas). Os ossos eram rachados a poder de catana, sendo provavelmente aproveitados para fazer caldo. Finalmente consegui ver como é que aqueciam as panelas com comida. Dois pequenos cilindros feitos de uma matéria parecida com carvão, cheios de buracos, e que depois de ateados, ficavam incandescentes na base, ficando duma tonalidade terracota, à medida que iam sendo consumidos. Dois cilindros eram metidos dentro duma espécie de bidon com uma ventilação na base, sendo que o que ficava por baixo já estava ateado, consumindo depois o que estava por cima. Os buracos ajudavam a irradiar o calor desde a base até ao topo, algo que seria complicado se os cilindros fossem maciços (se calhar nem queimariam tão bem).


"cilindros de carvão" (fotos de cortesia)

Metemo-nos na camioneta para Ninh Binh. Antes de arrancar, ainda houve tempo para meter uma mota no tejadilho. Uma estrangeira que entrou no autocarro (todo ele muito castico; aqui todos os autocarros tem umas cortinas 'a maneira, que os locais ate usam para limpar as maos, sendo portanto, muito praticas) dissera que pagou 50000 dongs. Nos pagamos 80000 cada. Fomos aldrabados mais uma vez. :)
Chegamos a Ninh Binh (o Ha Long terrestre) ao inicio da tarde.Ainda deu tempo para andar de barco por entre os campos de arroz e macicos rochosos Passamos por tres grutas, sendo que a primeira era a maior com 127 metros de comprimento. As outras duas tinham menos de metade do tamanho. A paisagem era brutal e deu para ver alguma fauna. Garcas (coo'), cabras (tze'), guarda-rios (djime), imensos patos (vit), e imensas posturas de ovos de caracois de rio (oc) cor-de-rosa. Jantamos em mais um tasco.Provei Chao Ga', que e' arroz trinca com galinha. Estava bom. Para refrescar vei uma fanta com dois calhaus de gelo que quase nao cabiam no copo. :)