quarta-feira, 25 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus poucos dias :)

No post anterior disse que falaria dos souvenirs e do back pack, mas isso ficará para o próximo...queria falar de algo muito mais prioritário...já sei comer escorpiões fritos!! (para não dar mau aspecto à frente de tanto chinês) :D
Nada mais fácil...é comer tudo (nada de tirar as pinças). :) Acho que vou levar um tupperware, trazer uns quantos para Portugal e trincá-los juntamente com uns caracóis, ou então metê-los como entrada antes dumas sardinhas, para gáudio de alguns e nojo de muitos outros. :D
E já que estou a falar na rota gastronómica (não estou sempre?), uma amiga minha já me recomendou um impecável estômago de peixe em Macau. Esperemos que o sabor e o aspecto nada tenham a ver com o nome do prato (se visse estômago de peixe numa ementa, certamente não seria a minha primeira opção :) ). Também me recomendou min frito com carne de vaca no restaurante Nga Tim (provavelmente uma referência junto dos nativos)

Estive a ver que tomadas de parede é que os chineses usam, e espante-se, a mais comum é a de tipo A, que é nada mais nada menos que a ficha standard americana! (se quiserem saber mais visitem http://electricaloutlet.org/)
A outra mais comum (que tem terra) é a de tipo I, muito usada também na Austrália.



Um cena impecável nas fichas americanas (para além de serem mais compactas que as europeias) é o facto de terem um furo em cada pino, o que dá imenso jeito para passar um fio de cobre em cada ponta e voilá, ficamos com uma ficha universal instantânea, dando para qualquer tipo de tomada do mundo. Em vez de torrarmos entre 20 a 70 euros por um conversor gigantesco (do tamanho de uma mão cerrada), temos uma ficha de 1,5 euros praticamente sem volume nenhum. :)

No próximo post teremos então souvenirs e backpack.
Até já.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus 14 - Mais algumas pequeníssimas diferenças culturais :)

Ora cá estou eu novamente. Espero que estejam todos bem dispostos. Eu certamente estou já que daqui a poucos dias irei de férias, e este sentimento só tende a melhorar à medida que a data da partida se aproxima. Esperemos que o vulcão islandês não faça das suas ao ponto de me cancelar o vôo para Amesterdão, e daí para Pequim. :)

Descobri mais algumas curiosidades engraçadas:

Os números chineses até que não são muito complicados (rabiscos à parte, claro, já que só conseguimos realmente percebê-los até ao número 3, pois este é representado por 3 linhas horizontais); ficam apenas ligeiramente mais extensos que os nossos, pois eles não têm uma palavra própria para as dezenas, ou seja, dizem "dois dez", "três dez", "quatro dez" e por aí em diante. Mais estranhos são mesmo os números alemães que salvo erro além de estarem todos pegados (sem espaços a separar as palavras) certas porções do número são escritas ao contrário (estilo cinquenta e quatro ler-se-ía "quatro com cinquenta" em alemão. Mas adiante... :)

Outras particulares dos números chineses são mesmo os caracteres. São muito diferentes dos nossos números árabes, e em certas ocasiões, até mesmo os números de 1 a 3 são trocados por caracteres bem mais estranhos que as barras horizontais (que representam o número de unidades). Isso é feito para que a malta não se ande a enganar uns aos outros, colocando mais um tracinho por cima do dois, afim de dar um três (imaginem o quão fácil seria acrecsentar um tracinho a um cheque de um banco, por exemplo). :)

Outra coisa que afinal parece-me ser um mito, são as notas. Dizia-se que elas não tinham escrita romanizada, mas de facto todas as que vi continham os nossos estimados números árabes. Infelizmente o mesmo acho que não se pode dizer dos títulos de tranporte (bilhetes, etc...). A propósito de transporte, dependendo do autocarro público que se apanhe, podemos ter que pagar um extra pelo ar condicionado. :)

Mas regressando às notas, referi que as mesmas tinham escrita romanizada, mas isso pode não ser ainda a tábua de salvação. Ou muito me engano, ou próximo do número está a ordem grandeza, escrita ora pois com os ininteligíveis (por agora) caracteres chineses. Como se isso não bastasse, as ordens de grandeza não são como as nossas; nós agrupamo-las três a três (das unidades até aos milhares, saltandos para os milhões, etc...); os chineses agrupam-nas quatro a quatro. Enquanto que para o europeu um número de referência é o mil, parece-me que o número de referência para os chinese é o dez mil. Mas agora que penso nisso, só podia ser mesmo assim; para os chineses tem que ser mesmo tudo à grande. :D Ao número 10000 dão-lhe o nome de "yuan", sendo este o nome dado à própria moeda chinesa, apesar de ter um nome próprio - o Renminbi - muito apropriadamente traduzido para "moeda do povo". Esta diferença das ordens de grandeza chinesas é engraçada e estranha ao mesmo tempo. Esperemos que seja confusa na mesma proporção, caso contrário irei fazer muito chinês rico lá para aquelas bandas, pagando dez vezes mais por aquilo que o produto realmente vale. :D

Daqui a alguns dias, vou falar dos souvenirs, e do meu backpack, que desta vez tentarei que seja super-light (10 quilos), afim de poder trazer muitos souvenirs para a malta (provavelmente serão quase todos graciosamente brindados com pauzinhos chineses e imans de frigorífico, e talvez rife umas pinturas impecs que já vi e que tentarei caçar; ficam enroladas estilo papiro, ou seja, muito práticas para transportar). :D

Até já!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus 31 - As pequenas diferenças culturais

Nihao!

Queres aprender um pouco mais sobre a cultura chinesa? Então chegaste ao sítio certo.
Decidi que a forma mais expedita de o fazer seria com uma lista sem qualquer tipo de ordem, acerca das estranhesas daquela cultura. Ora aqui vai o que já descobri:

1. Antigamente os chineses tinham o "mau" hábito de cuspir em todo o lado (se ainda o têm, só o poderei confirmar quando lá chegar)...e quando refiro todo o lado, isso inclui até o chão do hospital. Ora 1 bilião de chineses, um bilião de cuspidelas diárias. A coisa tomou tais proporções que o governo chinês teve que adoptar algumas medidas; uma delas foi a colocação de sinais "proibido cuspir" em muitos locais. Este sinal está quase ao mesmo nível de um sinal de trânsito que vi uma vez na Grã-Bretanha numa estrada como outra qualquer, a assinalar perigo de passagem de tanques de guerra!

2. Proibido fumar é coisa que os chineses simplesmente desconhecem...mesmo com sinais de proibido fumar, eles fumam na mesma (e tal como cuspir, é também em todo o lado, e isso inclui também o hospital). Aliás, o sinais de proibido fumar na China devem significar "Ai ai...não devias fumar que faz mal à tua saúde e à dos teus cinquenta mil vizinhos"

3. A China (e isto é que eu quero realmente descobrir se é verdade, pois não sai nada "cá para fora") é um país altamente avançado a quase todos os níveis. A ver...se eles não falarem inglês, não acredito. ;) Eu mesmo admito que quando penso num chinês, imagino logo classe operária média/baixa, estereótipo esse que fica ainda mais vincado sempre que entro num restaurante chinês ou numa loja dos "300". :D Mas essa linha de pensamento já vai mudando um pouco, dado que temos dezenas e dezenas de turistas chineses a "invadirem" o nosso país; são ao que parece os novos ricos nascidos de uma economia que até há pouco tempo crescia à razão de 10% ao ano!!! Taoismos à parte, e ainda no mundo da economia, se a China é Yin, Portugal é concerteza o Yang, com a sua economia a descer provavelmente na mesma proporção, à data a que escrevo este texto. Mas dias melhores virão. :)

4. A escrita romanizada do chinês chama-se pinyin. Os chineses não a entendem. :) É só mesmo para nos ajudar a perceber como se pronunciam os rabiscos. :)

5. Feng Shui diz-se em chinoquês (chinês traduzido para tuga): fanguechuei (continuo a preferir fenguechui)

6. Existem umas 10 línguas na China, sendo o Mandarim a que domina o território. Mas o que impressiona é que muitas das línguas minoritárias ultrapassam largamente a população de Portugal inteiro!! Algumas mais que França ou Alemanha!! :)

7. Na China, se ofereceres ajuda a um teu conhecido numa tarefa qualquer, escusas de esperar por agradecimentos. Aliás, não recebes um "obrigado" nem quando ofereces um presente, nem quando safas algum conhecido teu no trabalho, nada! :)
Culturalmente o agradecimento está implícito. Só se agradece ou recebe agradecimento quando a outra parte é pouco conhecida. Agradecer é aliás uma forma de te "distanciares" da pessoa. Estranho! :)

Bem, por agora não tenho assim mais nada para dizer.
Até ao meu próximo post.

terça-feira, 3 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus 31.5

Dia 3/5.
Hoje foi dia de consulta no médico da medicina tropical. Com uma sorte a que pouco estou habituado, telefonei no dia anterior para fazer a marcação e lá consegui agendar para hoje. E digo sorte porque pensava que me iriam chutar para dia 31 de Maio, já que os meus companhêros marcaram muito antes que eu e só conseguiram para a última semana desse mês. Lá me safei. Mas a sorte não durou muito. Cheguei à consulta por voltas das 14:30 e só fui atendido quase uma hora depois. Durante a consulta ainda a médica recebeu visita de uma das suas colegas e esteve na conversa durante mais de 5 minutos. Disse-lhe com todo o respeito que a consulta já estava algo atrasada, ao que me disse - com uma altivez que me meteu nojo - que eu estava enganado, pois a consulta só estava marcada para as 15:00 e eu entrara às 15:16 (atraso perfeitamente aceitável pelos seus parâmetros). Após a consulta, a médica disse-me para me dirigir directamente à zona de vacinação; eu já esfregava as mãos de contente. Iria sair dali já praticamente "preparado" para a viagem. Mas lá começou outro suplício...esperei que a enfermeira terminasse de explicar a um paciente como é que se devia auto-injectar...mais vinte minutos ali perdidos e um desejo imenso de ver aquele paciente a estrebuchar após injectar acidentalmente uma bolha de ar nas veias.
- "Febre Tifóide?" - disse a enfermeira ainda a despedir-se do paciente anterior - "E sabe quanto custa?"
- "Sim, sei. (Não tenho lá grande alternativa, pensei eu)"
- "E já pagou?"
- "Mas a médica disse-me para vir para aqui directamente..."
- "Tem que ir primeiro ao guichet pagar!"
Vinte minutos à espera sem fazer nada e já podia ter despachado o pagamento. Lá fui para o guichet, e já com um "pó" àquela médica velha...
Cheguei ao guichet, mais outra surpresa. Não era a mesma pessoa que estava a atender quando ali entrei:
- "Eu sou nova aqui, e não estou a conseguir processar..."
Eu é que já não estava conseguir processar mais nada na minha cabeça. Foram à vontande mais dez a quinze minutos a acenar com o cartão multibanco. Mas lá fiz o pagamento...50 euros por uma vacina!!!! Durante a consulta médica era quase certo que ía levar com a febre tifóide e a profiláxia da malária, mas rezava para não precisar da encefalite japonesa, uma vacina que custava a módica quantia de 100 euros!!!.

Assim que fiz o pagamento, mais uma espera...a única funcionária de serviço estava prestar enfermagem a um velho, medindo-lhe a tensão. AAAARRRGGGHHH!!!!!
Enquanto esperava, aproveitei para pedir à assistente (que já só se desfazia em desculpas) para me confirmar afinal a que horas é que estava marcada a consulta que eu fizera. Suspeitava que a velha da médica me tivesse dado "tanga" para se safar.
- "14:30, Sr. Luís"
CABRA!!

Lá fui tomar a vacina.
- "Qual é a duração da vacina? Um ano?" - perguntei eu.
- "3 anos. É cara, por isso tem que durar mais".
Nisto entra a médica!
Os meu olhos já pareciam adagas...enchi o peito...e fui-me embora. Até para o ano!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus 32

Os nossos preparativos de viagem eram para ter começado há duas semanas atrás, num restaurante chinês (lugar mais apropriado era impossível). Mas no restaurante o que melhor ficou preparado foi sem dúvida o bucho de cada um, atestado como não podia deixar de ser com Tsin tao's). Estávamos demasiado concentrados no manusear dos pauzinhos chineses, cuja técnica já havia sido algo esquecida (falo por mim obviamente, já que os meus companheiros de viagem pareciam comer com pauzinhos como se os usassem diariamente, quais nativos; só faltavam mesmo os olhos em bico). O jantar no chinês seria pois o meu segundo jantar da noite, mas era impossível eu recusar tal convite, e cá entre nós, há sempre espaço no bucho para mais um "clépe", bem regado com molho de soja, e rodeado por peças de sushi, camarão e linguiça assada (uma fusão luso-chino-japonesa portanto). Aproveitei a ocasião para me desenferrujar na arte de comer com pauzinhos e para desafio supremo escolhi a sobremesa...mousse! Desafio superado. :)

Passaram-se dias e eis que finalmente lá comprámos as viagens. A princípio a dúvida era muita, mas acabou-se por escolher um percurso com início na cidade de Pequim, e terminando a viagem (aliás, começando a viagem de regresso a Lisboa) em Hong Kong.
De início perguntei-me a mim mesmo se seria uma boa jogada, já que a viagem ficou 200 euros mais cara (de 650 iniciais passou para 854 euróis). Fui então consultar a distância entre as duas cidades: mais de 2000 km!!! Tá bem que uma viagem de comboio ficava por 80 dólares, mas eram 24 horas de viagem entre esses dois pontos (muito bem jogado, companhêros! :) )

Foi aí que realmente percebi que estivera a usar a ordem de grandeza errada para me orientar na geografia chinesa. Larguei o quilómetros e adoptei uma nova métrica: o "Portugal". De Pequim a HongKong são portanto 3 Portugales. Sempre que olhava para a China no Google Maps parecia que tudo ficava mais perto do que era na realidade, mas agora já não me engano. China é grande...muuuuito grande mesmo. :)

domingo, 1 de maio de 2011

À procura da China - dia T minus 33

Ora cá estou eu para vos contar mais uma aventura nas Ásias, desta vez China, Macau e Hong-Kong. Faço a separação dos 3 porque apesar de Macau e Hong-Kong pertencerem efectivamente à China, são regiões administrativas especiais, com economias super desenvolvidas que até dão direito a terem as suas moedas próprias (Macau é a pataca; Hong Kong é o dólar de hong-kong, e a restante China tem o yuan).
Ainda tinha uma vã esperança de visitar também Taiwan, mas confesso que só há bem pouco tempo é que reparei nas vastidão da China. Taiwan está ali tão perto, com a sua monumental "torre" Taipei 101...enfim...ainda tenho esperanças, mas se não der, ficará para uma próxima oportunidade. :) Não se consegue ver tudo em 21 dias, especialmente se estivermos a falar dum país como a China. :)

No próximos dias irei falar dos preparativos para esta viagem, tais como vacinas, custos das viagem, locais a visitar, a cultura, etc...

Amanhã darei início oficialmente a mais uma jornada deste blog que se intitulará "À procura da China". Esperemos que o meu site não seja censurado lá para aquelas bandas, afim de poder actualizá-lo com as últimas novidades em forma de texto e imagens (não prometo as segundas, pois a rede pode ser muito lenta) :)

Ora pois então, até amanhã.