terça-feira, 31 de março de 2009

A procura do Vietnam - dia 11 (31/3/06)

Acordamos...a chuva que caía durante a noite ainda persistia mas já sem a mesma força, e o nevoeiro tapava tudo num raio de dez metros. Ficamos um pouco desconsolados, pois ainda queríamos fazer um treking, mas as condições não o permitiam. Fomos passear mais um pouco, e foi aí que percebemos que aquilo que tínhamos visto no dia anterior era uma pequena amostra do mercado. Havia uma rua inteira de barracas vendendo carne de porco e galinha, legumes e outras iguarias. Tudo a jeito de ser confiscado pela ASAE, se alguma vez por ali passasse. Havia dois edifícios grandes com dois pisos, onde encontravamos de tudo, desde os pauzinhos chineses, passando pelas roupas, até às facas de cortar bambu. No piso superior deparamo-nos com a "fábrica" dos Dzau, e constatamos que as pulseiras que nos ofereceram eram feitas de tiras de tecido já com os motivos, e compradas a metro. Um dos meus companheiros comentou que quem trouxera a máquina de costura para aquela região devia levar um tiro...e eu concordo!
Ainda compramos mais uns artigos. A nossa companheira não dava hipóteses batendo-nos aos pontos na compra de pulseiras de prata e de caixinhas com um ferrinho que se metia na boca para fazer uns sons engraçados.
Uma das moças negociou uns pauzinhos chineses conosco, sempre mto divertida. Estava difícil chegar ao valor final (discutia-se uma diferença de 1000 dongs, ou seja, 4 centimos de euros). Na altura de dar troco, deu-nos uma nota de valor muito inferior ao que era suposto (em vez de 0,04€, deu 0,01€ :) ).
Eu comprei um cachimbo por 0,65€ e estou contente com a compra. Primeiro porque é uma peça do quotidiano (vê-se muito nos cafés, apesar de serem mais largos e sem ornamentos), e segundo: a sua autenticidade. A provar isso mesmo foram a quantidade de "agarrados" que me interpelavam para vender erva, assim que viam o que eu transportava.
Regressamos ao hotel para fazermos o check-out, e saímos novamente para o almoço, onde tivemos a agradável surpresa de reencontrar o nosso amigo brasileiro. Almoçamos com ele, e soubemos que a sua companheira de viagem australiana tivera que ficar no aeroporto, pois roubaram-lhe a carteira. Ele acabara de vir dum trek nesse dia referindo que estava tudo elameado. Despedimo-nos e regressamos a Lao Cai de minibus, sem antes termos parado umas dez vezes para fazer uns recados e recolher mais clientes apanhados no meio da rua, afim de preencher a lotação da carrinha. Durante a viagem, meteram uns cd's do Marco Paulo vietnamita, ao qual me juntei em cantoria, pondo todos os locais dentro da viatura a rirem. A meio do percurso demos com uma carrinha que vinha em sentido contrário, espatifada na berma, mas sem consequências para ninguém. Descemos até ao vale, outra paisagem muito bonita, com as montanhas erguendo-se ao fundo da planície repleta de campos de arroz. Já em Lao Cai, fomos tratar dos bilhetes para o comboio. Aí houve mais stresses devido à hora a que nos seriam entregues os bilhetes (praticamente à hora a que o comboio partia). Desta vez coube-me a mim abrir mão do meu protocolês vietnamita, e lá se conseguiu arranjar os bilhetes duas horas antes da partida. Precisava de ir ao wc, mas na estação cobravam pelo uso dumas instalações a caírem de podre. Fui atrás da estação aliviar-me. :) Antes de embarcarmos, ainda passeámos por Lao Cai. Os miúdos mais pequenos atiravam um "hello" para o ar, na esperança de receberem outro de volta do turista. Nós fazíamos sempre a vontade, mas eu rematava com um sin chao, o que divertia imenso não só os mais pequenos, como também as mães que os acompanhavam.
Ao jantar, pedi um 'com xao thit lon' (arroz frito com porco). Houve malta que apostou na sandocha. No final, pedi uma água ardente que estava dentro dum boião cheio de folhas, cascas, pedras, enfim...tudo o que encontraríamos no chão duma floresta. Só vos digo...bela pomada. O resto da maralha provou e gostou do travo. A repetir, caso encontremos um boião com conteúdo similar durante o resto da viagem (se bem que tenho as minhas dúvidas). Embarcámos no comboio. Aproveitei para pendurar toda a minha roupa ainda meio molhada, sob o ar condicionado da nossa cabine, transformando todo aquele espaço num autêntico acampamento cigano. (nota: a cabine até tinha tv de ecrã plano e tudo...que luxo!)
Houve porrada de almofadas, e temos foto de uma toalha de banho em pleno vôo em direcção às minhas fuças! :)
Pelos vistos este exercício cansou os três velhinhos, que queriam a luz apagada ainda pouco passava das 20:00.
Saí da cabine para escrever mais umas memórias. Dentro do comboio havia demasiada luz para poder olhar lá para fora e não dava para abrir as janelas. Fui até à casa de banho, e tranquei a porta. Abri a janela o mais que pude e fiquei uns minutos a assistir à paisagem nocturna com o rio ao lado da linha férrea a fazer de espelho. Daí a nove horas chegávamos a Hanoi (entre as 4:00 e as 5:00 am, hora local)

P.s.: curiosidade: um cheeseburguer vietnamita é um hamburguer simples com um triângulo de queijo ao lado. :)

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